Monday, May 21, 2007

Apresentacao do livro do Doutor Hipolito Sengulane

MAGNIFICO REITOR DA UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Exmo senhor Director Cientifico da Universidade Pedagógica!
Estimados membros da direcção da Delegação da UP-Maputo.
Exmos senhores convidados e leitores;
Exmos. Senhores Docentes da Universidade Pedagógica
Caros estudantes e amigos!
Minhas senhoras e meus senhores!

Em primeiro lugar, gostaria de dizer a todos aqui presentes, boa tarde e muito obrigado pela vossa presença e, em particular, pela vossa paciência. O meu nome é Carlos Mussa, como foi dito, e estou aqui para apresentar o livro “ Das primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo”, um brevíssimo título para uma obra que diz muitas coisas, das quais poderei mencionar apenas algumas.

Para não nos trairmos nesta breve intervenção, começarei pronunciando algumas palavras de apreço sobre o percurso vital e académico do autor que agora nos ocupa, o Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane. Assim, apraz-se apresentar a figura intelectual de Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, este homem irrequieto e humilde que ao olhar para alguém, lança um olhar incómodo, não pelo facto dele ser antipático, mas simplesmente pelo facto de ser um olhar magnético que nos faz lembrar alguém que quer atrair algo, aprender e ensinar sempre. O olhar do Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, é o olhar de um apaixonado eterno que só sente-se satisfeito quando sabe que o fez e faz, é para defender a justa causa, o amor, o carinho e a honestidade.

O Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, nasceu a 3 de Dezembro de 1962, no posto administrativo de Zandamela, distrito de Zavala, provincia de Inhambane. Completou os seus estudos no ensino primário em 1974. Em 1977, Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane completou o ciclo Preparatório. Em 1980, ele completa o ensino secundário geral, na cidade de Maputo.

Seguindo a trajectória dos outros jovens da sua época, em 1982 completou o Curso de Formação de Professores para a 7ª , 8ª e 9ª classes na Faculdade de Educação, na Universidade Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo.

Entre 1983 e 1986, leccionou a disciplina de História na Escola Básica Agrária de Inhamussua, em Homoine, na província de Inhambane. Em 1987, ele é transferido para a Escola Comercial de Maputo, onde continuou a leccionar a disciplina de História até 1996. Em paralelo, ele colaborou com várias instituições escolares do Ensino Secundário Geral e do Ensino Técnico-Profissional, leccionando as disciplinas de História e Geografia. Em simultâneo, a pedido da Direcção Nacional do Ensino Técnico, elaborou os exames nacionais da disciplina de História.

Apaixonado pelos estudos, Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, ingressou na Universidade Pedagógica, onde, em 1996, concluiu com grande êxito o Curso de Licenciatura em Ensino de História e Geografia. No mesmo ano, foi convidado para ser Assisente Estagiário, na disciplina de História Moderna e Contemporânea de África e Ásia, tendo sido Assistente do Prof. Doutor Carlos Machili. Dois anos depois, ele foi nomeado Assistente Universitário, continuando a exercer a sua actividade académica no Departamento de História. Em simultâneo, em colaborou na Direccão do Registo Académico, primeiro como Director Adjunto desta Direcção e, em seguida, como Director do Registo Académico da Universidade Pedagógica.

Irrequieto e sempre enamorado pelos estudos, Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane ingressou no Curso de Doutoramento em Educação e Curriculo, na Universidade Pontificia de S.Paulo (PUC). Em 2004, ele termina com uma classificação notável o seu doutoramento e regressa ao país onde assume o cargo de Director Adjunto da Faculdade de Ciências Sociais. No mesmo ano, ele ascende à categoria de Professor Auxiliar, leccionando as disciplina de História Económica I e Metodologia de Investigação Cientifica.

Pela dedicação ao trabalho e por demonstrar alto sentido de responsabilidade, o Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane é nomeado Director da Faculdade de Ciências Sociais, cargo que exerce actualmente.

O Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane é igualmente um dos fundadores e coordenador da Revista “Sintese”, na qual tem colaboração. Esta revista, de cunho académico, trata temas de Antropologia, Filosofia, Geografia e História.

Mas não vim aqui apenas, para falar do Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, como um simples homem. A minha presença hoje, neste local, resulta de um convite que me foi formulado, para apresentar a obra “ Das primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo”. É isto pois, que justifica a nossa presença neste lugar.

Permitam-me agora entrar num discurso um bocadinho mais técnico para enquadrar a obra do Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, um manual de história económica.

Este livro é a primeira publicação organizada conjuntamente pela Direcção Científica e pelo Departamento de História da Universidade Pedagógica. Por uma questão de justiça e honestidade académica, não devo deixar de mencionar igualmente o grande apoio financeiro que veio da Delegação da UP- Maputo e do Curso HIPOGEP, em particular, que tornou possível a publicação desta obra.

O livro “ Das primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo”, nasce de um projecto de pesquisas em curso no Departamento de História, cuja finalidade foi e continua a ser a produção duma revista académica, de sebentas e de livros ou manuais para os estudantes do Curso de Bacharelato e Licenciatura em Ensino de História.

O desafio para a realização desta actividade foi lançado pelo então Prof.Doutor Carlos Machili, ex- Reitor da nossa Universidade, a quem com muito apreço e extrema consideração agradeço por tudo quanto fez para o crescimento da Universidade Pedagógica e do Departamento de História em particular.

Dizia eu que esta obra nasceu da necessidade de produzir materiais didácticos para serem consultados pelos estudantes. Em 2004, o Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, respondeu ao desafio acima mencionado, produzindo textos de apoio para a disciplina de História Económica I. No ano seguinte, ele ofereceu aos estudantes uma sebenta de História Económica I. Tal material, depois de analisado criticamente, foi submetido à aprovação da Direcção Científica. Tendo sido aprovado, a Faculdade e o Departamento de História, receberam a recomendação no sentido de se publicar o trabalho. Desta forma, iniciou-se a busca de financiamentos que, felizmznte, não tardaram a chegar. Recebemos o apoio da Direcção Científica da UP, da Delegação da UP-Maputo e do Curso HIPOGEP, este último coordenado pelo Departamento de História. Aqui, é justo agradecer o apoio recebido de todos os colegas do Departamento de História, cuja dedicação e qualidade do seu empenho nos cursos de Bacharelato e Licenciatura em Ensino de História e de HIPOGEP é inquestionável.

Termino pois, dizendo que, em termos de enquadramento, esta obra é um manual de História Económica que pode ser consultado pelos estudantes dos cursos acima referidos e não só. Mas o que é o livro “Das primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo” ? Porquê a atribuição deste título? Será que vale a pena ler este livro? Porquê a apresentação desta obra?

Se partirmos do principio de que a apresentação de um livro é a ponte que se estabelece entre os leitores e o autor, afirmativamente e com todo rigor científico e académico responderei que sim, o livro “Das primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo” é uma obra que vale a pena apresentar, aliás, devo dizer, vale a pena ler e adquirir. Mas que livro é este?

Todo livro tem a sua história. Este não pretende ser diferente. E isto tem lá suas vantagens. A primeira é que, se faltar alguma legitimidade aos capítulos que o compõem, a nossa apresentação na sua costumeira gravidade, haverá de suprir, com conversa, o que faltar em aceitação. Espero que este não seja o caso da obra deste académico que hoje se lança ao mundo, sonhador, à cata de leitores.

Outra vantagem, não menos importante é que, antes de que o leitor se ponha a buscar os defeitos e os erros mais graves que este livro eventualmente e evidentemente contém, alguns até de menor peso, proponho que se distraia buscando encontrar nele coisas sérias. Dito isto, explico porquê vim aqui apresentar o livro “Das primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo”.

Não aceitei o convite de apresentar esta obra pela simples amizade com o Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane. Aliás, como muitos de vós deveis estar a interrogar-se: será que este apresentador é pessoa certa para uma obra tão magna como esta? Pessoalmente, responderei, que talvez não devia ser eu a fazer este nobre trabalho. Mas, aceitei apresentar o livro “Das primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo”, porque realmente, quando se percorrem as páginas desta obra é difícil não querer devorá-las todas em pouco tempo. Em segundo lugar, aceitei este encargo, pela elevada consideração e profundo respeito que nutro por Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, como académico confirmado e de mão cheia.

Este livro faz uma incursão ao mundo de História Económica desde as economias das comunidades primitivas, passando pela antiguidade clássica até à época da formação da economia-mundo.

De facto, o autor começa por expôr com clareza alguns conceitos básicos do vocabulário da História Económica. Isto é visivel logo na introdução, nas páginas 13 a 32.

Sequentemente, o autor prossegue, a partir da página 33, descrevendo de forma concisa a economia das comunidades recolectoras e caçadoras. A partir da página 47, ele faz um estudo sistematizado do advento, da prática e do desenvolvimento da agricultura e da pastorícia. Pela primeira vez, num único manual podemos encontrar dados sobre os primeiros animais domesticados pelo homem assim como as primeiras áreas de cultivo de plantas e criação de animais.

Depois, na página 55, o autor inicia a exposição sobre os contrastes entre a economia de caça-recoleção e a economia agricola. Prosseguindo, o autor descreve e aprecia as economias agricolas das civilizações da Mesopotâmia, da China, da India e da América. A seguir, ele mergulha no estudo das economias comerciais cretense, fenicia e de Axum. O que é notável é a maneira como ele compara as economias de diferentes territórios no mesmo período ou até em épocas diferentes.

De forma invulgar, a partir da página 111, o autor faz a explicação da economia clássica Europeia: Grécia e Roma, até ao período da queda de Roma em 476. Entre as páginas 159 e 200 o autor preocupa-se em expôr a economia do feudalismo.

Finalmente, a partir da página 201, com uma precisão e um estilo de descrição invulgar, o livro que hoje apresentamos permite-nos mergulhar e nadar no advento da economia moderna e da economia-mundo. Nesta parte, a obra aprecia como e em que época se formaram as bases da economia-mundo. A singularidade do trabalho consiste na inclusão de alguns estados africanos, vistos numa perspectiva de história sócio-económica. A partir da página 265, a obra termina apresentando dados explicativos sobre as origens da economia-mundo.

Portanto, contendo 296 páginas, esta obra pode deliciar-nos em nossos momentos de reflexão acerca das raízes da economia-mundo numa perspectiva histórica. O que resta dizer, duma obra tão completa como esta? Para não vos embembedar de palavras ocas e lançar mentiras acrescentadas, deixo ao dispor de cada leitor a construção do juízo de valor pessoal acerca deste brilhante manual de História Económica.

Concluo. Espero que Prof. Doutor Hipólito Francisco Moisés Salomão Sengulane, na sua humildade intelectual, continue a nos brindar com mais conhecimento e mais obras. Aliás, eu apelo para que todos os docentes do Departamento de História da UP, continuem a importunar-nos com os seus olhares brilhantes e incómodos fazendo e escrevendo uma História que possa ser entendida e percebida pelos moçambicanos, para melhor conhecimento do nosso percurso. E sobre os estudantes, os leitores, os docentes e investigadores aqui presentes, direi: cirtiquem sempre as nossas obras. Em academia e na academia, o que que não é objecto de crítica é porque perdeu a importância do que devia e pretendia ser. O saber não tem patrão. Ninguém é a fonte perpétua de abastecimento de conhceimento. Muito grato pela vossa paciência e sobretudo pela vossa atenção. O livro “Das primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo” é vosso, devorai-o! Muito obrigado.

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